segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sobre o que se foi, sobre o que ficou -"pequenas" sensações sobre uma viagem astral.

Essa é uma história sobre encontros de almas.
Nos acolhemos porque precisávamos na mesma medida e em diferentes formas.
Uma foi em busca do alívio,
A outra foi em busca de idéias,
A terceira em busca de aceitação,
E eu,a última, em busca de respostas.

Todas nós em busca do encontro.

Carregamos na bagagem espíritos livres,corações abertos,desejos sem grandes propósitos.

E seguimos para o presente.

Deixamos pra trás o que era feito de dor. Simplesmente nos escolhemos pra isso.
Ou será que já éramos escolhidas?
Caminhos que se cruzaram, isso eu sei que foi.

Fomos levando nas mochilas chinelo,pouco dinheiro,poucas ambições.
No coração desapego e uma vontade imensa de se libertar do caos.
Nas mãos uma máquina.
Na cabeça cerveja,cigarros e só.

Entretanto a surpresa vem de onde a gente menos espera.Nos momentos em que a gente menos espera.
A surpresa sublime encontramos ali. No verde,na queda d'água,num salão feito de pedras.
Encontramos ali,no meio de gente com olhos feito jabuticabas molhadas.
A surpresa nos sorrisos compartilhados...aqueles que vêem da alma!

E talvez vimos aquilo que quase não se vê.
Vimos uma câmera captar a essência de uma vida compartilhada.

Vimos nossos corpos se abraçarem às pedras e dançando sobre elas, agradecidas,sentimos a presença de um Deus.

Vimos vidas se transformando em meio ao despropósito.

O grande encontro de quatro mulheres na idade,
meninas na leveza,
e velhas no espírito.

A vida que se manifesta em pequenas passagens,
Que se justifica na falta de pretensão em se explicar.

Olhares até então voltados ao presente,voltaram a olhar pro infinito.

Resgatamos a esperança de dias melhores.
Nos apropriamos das tais jabuticabas molhadas (do brilho que emanava delas...)
E retornamos,refeitas.

E que Deus nos perdoe por excessos cometidos.
Não houve busca sem retornos construtivos.

Agora não precisamos correr o mundo para o conquistarmos. Nós presenciamos a essência.

Quatro histórias compartilhando uma.
Um trecho do caminho - pequeno e suficiente.

E a trilha sonora fez todo o sentido. Escritas,trocadas,compartilhadas quando preciso foi.
Pequenos detalhes reunidos e reconhecidos de forma sublime - nossa sublime surpresa.
(Falo por mim, que nunca cheguei tão perto de mim mesma)

E entre lavadeiras (o que não se explica), aulas de tai chi, lágrimas e abraços,nos batizamos com outros nomes e com novos sonhos.No fim nos abençoamos, nos protegemos.

Quatro mulheres se apropriaram de um mesmo espírito.
Houve uma que doou cuidados,
A outra ofereceu a calma,
A terceira propôs leveza
E eu,a  última, que não levei coisas tão grandes, entreguei um coração ansioso por fazer parte de algo maior.

E foi assim que deixamos,em cada lugar que passamos, um pedaço de cada uma.

Uma deixou o peso que carregava,
A outra se desfez da angústia do futuro,
A terceira a dor de não se bastar
E eu, a última, deixei morrer a espera que me cegava.

Trocamos tudo pela vontade de não possuirmos tudo.
E Deus esteve ali.
E houveram olharem acolhedores,criaturas cercadas de luz,pessoas interessadas em vivenciar a alegria a que nossos corpos se entregavam.

Voltamos levando na mochila bagagem que não se compra,
No coração respostas que nunca nos deram,
Na cabeça, renovação e paz - que só os que buscam,alcançam.

A que procurou alívio,encontrou em si mesma o antídoto.
A outra que buscou idéias,fez de si mesma inspiração.
A terceira que desejou aceitação,a reconheceu quando se olhou no espelho.
E eu,a última,que busquei respostas, encontrei nas trêscompanheiras de viagem outras verdades que iam muito além do que podia alcançar.

Quatro almas,
Quatro dias.

O suficiente para nos encontrarmos,enfim.


(essa é uma história que não tem fim - e isso é a minha prece...)

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