Não, eu não sou especialista em homens. Eu não sou um deles, tive poucos
exemplares na essência, e jamais cogitei a hipótese de ser um.
Só admiro e observo.
E eu tento, juro que tento fisgar certos detalhes que extrapolam o senso
comum. Além do futebol, além da admiração por bundas,peitos, além da busca
incansável pela satisfação sexual, além dos
carros,armas,tamanhos,quantidade...eu tento ir além.
Essência...se sou ou serei capaz de atingir o âmago da questão...no
momento me foge...mas sou cercada por bons e distintos exemplares, e numa hora
dessas, eu realmente gostaria de dar meu parecer.
Coincidentemente, escrevo escutando um som - coisa que sempre faço - e a
primeira música que toca é "Dazed
and Confused" do Led. Han.... na tradução, atordoado e confuso, é como se
fosse uma síntese de toda a minha percepção.
Assim como dita o som, o homem é demorado. Do homem emerge sons e notas
demais, uma sensação literal de confusão - eles me causam isso.
Do pai ao amante, me escapa muitas vezes o que vem por trás. Acho que
todos eles perdem muito tempo se escondendo atrás de todo esse senso comum. É
mais fácil ser o pai, o dono, o pênis, o bêbado, o aventureiro, o sagaz, o
másculo.O buraco (se posso ousar colocar a palavra, no meio de uma explanação
que envolve a figura masculina), é muito mais embaixo.
Ei, incluo os gays nessa também. Eles mostram mais um pouquinho do
buraco embaixo, mas essa essência, continua no mistério. Gays, assim como os
héteros, precisam ser os donos de si mesmos, e ainda assim se escondem atrás de
um pênis, de um dono, de um certo padrão comportamental aventureiro, sagaz.
Homens...
Se eu os entendesse,não escreveria sobre eles - os leria,simplesmente.
Mas escrevo, porque de certa forma quero conclui-los, sabendo que nunca hei de
chegar no x da questão.
(E a música continua tocando...sem ordem alguma)
Se eu os compreendesse, conquistaria todos eles. Quantas vezes dei o meu
melhor, investi pesado em estratégias e em teorias que os fizessem meus – mas sempre
me rendo, sempre me entrego.
...Assumo meus vícios.
E gosto do cheiro deles. Gosto da forma como que necessariamente eles
possuem poucos artifícios pra serem de fato belos - se você dorme, acorda
exatamente com o mesmo homem (talvez ainda melhor, em meio ao embaraço dos
cabelos). Os caras são naturalmente bonitos, naturalmente toscos.
Eles peidam, arrotam e mesmo assim são interessantes, apaixonantes. A
cueca aparece sempre de forma tão despretensiosamente estratégica, e a barba
por fazer causa o efeito de uma saia curta na mulher.
Barriga estufada,falta de bunda, pêlos em lugares desnecessários, tudo
ganha contexto e razão. Sou fã da imperfeição idiota e invejável que eles
possuem.
Fugindo de tudo que é físico, os caras ainda vencem. Esse lance do
pensamento mais racional, mais matemático e objetivo, me dá uma sensação de que
nunca poderei alcançá-los.
O homem, ainda não querendo ser... é homem.
Eu gosto dos caras.
E gosto, e assumo isso com um certo pesar. Se eu for realista, as
experiências ruins que eles me proporcionaram, é praticamente desproporcional às
boas.
É bem maior.
Ainda não faço idéia (e se eu faço é ínfima) de quê eles de fato são
feitos.
Por enquanto só atordoados e confusos – e os aceito e desejo,mesmo
assim.
“Been
dazed and confused for so long, it's not true
Wanted
a woman, never bargained for you
Lots
of people talking, few of them know
Soul
of a woman was created below
You
hurt and abuse, telling all of your lies
Run
around sweet baby, Lord, how they hypnotize
Sweet
little baby, I don't know where you've been
Gonna
love you, baby, here I come again
Every
day I work so hard, bringing home my hard earned pay
Try
to love you, baby, but you push me away
Don't
know where you're going, only know just where you've been
Sweet
little baby, I want you again”
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