quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Felicidade à la carte
Quando eu me pego pensando sobre o que de fato me faz genuinamente feliz, sempre me vem à cabeça a palavra "mar". E o quê extraio do mar pra me causar essa euforia é o que me intriga. Se penso nos frutos que ele me dá, logo descarto. Meu lance sempre foi arroz, feijão e angu. Se penso que sou feliz por navegar por entre suas águas, já me causa náuseas só de pensar. Quanto aos mergulhos, só me aventuro até os calcanhares. Resolvo dar por encerrada a questão. A minha felicidade não habita no mar. Por longo tempo me esqueço disso, até o dia em que resolvo ir a praia, numas férias qualquer. Ao me aproximar do meu destino, logo me vem uma sensação conhecida, remota, quase nostálgica. Algo que nasce no estômago e vibra nos olhos... Subitamente, me recordo daquele epifania de outrora sobre a Gênesis da minha felicidade... E ainda é fato. Ainda conlcuo que havia me precipitado sobre "ser" o mar. O que vibra agora diante dos meus olhos e nasce no meu estômago, é a simples conclusão que a felicidade é justamente o contrário. Ela reside justamente em não possuir o mar , mora na saudade dele... Assim que o mistério se desvenda, outro sentimento me toma por inteiro: a tristeza. E com a tristeza, outro questionamento, como se não cessasse nunca . Me senti exausta ao pensar , extremista que sou, que de agora pra frente, só seria feliz diante de tudo aquilo que não possuísse. Com a água até os calcanhares, olhando a imensidão daquele mar, desejei voltar no tempo. No tempo em que todas as indagações começam a tomar forma, e a gente começa a formular as nossas próprias opiniões. Teria dito que o que de fato me faz genuinamente feliz, é arroz, feijão e angu. Pronto. Teria vivido feliz para sempre.
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