quarta-feira, 24 de junho de 2015

Imensos prazeres de um instante



E finalmente, ela se sentiu incrível.
Digo finalmente, porque não é esse o sentimento que ela nutre por si mesma a maior parte dp tempo.
Ela costuma ter pena de si mesma. Das suas curvas, dos seus diplomas, da sua mesmice, da sua rotina. 
E desse cabelo, que ela não compreende e nem aceita. Esse cabelo que dá dó.
Mas, nesse exato momento, ela se sente incrível, como se tivesse alcançado o apogeu das coisas,
Dessa “vidinha “
Hoje ela se levantou tarde, só escovou os dentes depois da segunda vez que comeu.
Não se importou com os cabelos. Ajeitou-os num coque mal feito, não pra se sentir melhor em relação a eles, mas pra tirá-los da frente do seu sorriso.
E sim, fez as duas refeições completamente nua. Fazia calor , e esse desejo de se sentir satisfeita fez com que ela precisasse estar nua enquanto dispensava a salada por um prato de lasanha e outro de sorvete com calda.
Tomou um banho e depois não secou os cabelos, nem se conferiu no espelho.
Entrou em um camiseta velha
E se derramou dentro de um sofá.
Abriu uma cerveja gelada, acendeu um cigarro.
E fim.

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