quarta-feira, 24 de junho de 2015

Na noite que existe

Naquela noite, não tive vontade de te ver.
Na verdade nem chegava a ser pessoal. Não queria você nem ninguém. 
Sinceramente, se eu pudesse, eu deixaria de existir naquela noite.
Não tem nada a ver com morte esse lance de deixar de existir. Talvez tenha mais algo a ver com libertação.
De mim
De você
E de quem quer que fosse.
Sim, seria um belo desejo pra aquela noite.
Esse deixar de ser.
Digo sobre aquela noite, porque desconfio que aquela noite não foi feita de coisa alguma, e é exatamente essa coisa alguma que me esvaziou ao ponto de não querer ver e existir.
Tenho pânico de noites vazias como aquela.
Não me recordo qual foi a ultima antes daquela, mas desconfio que já ocupei sim essa outra noite em algum momento da minha vida.
Algum momento vazio.
E esse pânico me arrasta pra onde nunca gosto de ir, que é exatamente esses espaços dentro da gente que sofrem , esses espaços que deixam de sonhar. Me sinto menor depois de ocupar esses lugares obscuros meus.
E a única coisa que eu penso é que eu ainda não devo me afogar. Nessas horas que, quase sem força eu preciso ainda buscar por esses outros lugares feitos de luz.
Porque eu preciso resgatar ainda essa vontade de ver,
Você
o mundo .
E de existir
Pra outras noites.

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